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3.5.06

O casamento e o divórcio


Portugueses fogem do casamento e divórcios disparam

Portugueses casam cada vez menos e cada vez mais tarde.

Preferem viver juntos.

O número de divórcios é que não pára de aumentar. «As pessoas desistem com muita facilidade» de tentar resolver os problemas e partem à «procura da felicidade», explica Júlio Machado Vaz

«Há cada vez mais pessoas a optar pela coabitação», justifica ao PortugalDiário o psiquiatra Júlio Machado Vaz.

E os números do INE também provam isso, já que se verifica um aumento de casamentos em que os noivos já partilhavam casa antes de casarem: em 25 por cento dos casamentos realizados em 2004, os nubentes já moravam juntos, face aos 20,6 por cento observados no ano anterior.

«A passagem da coabitação ao casamento muitas vezes coincide com a decisão de ter filhos», diz ao PortugalDiário Júlio Machado Vaz.

E isso também acontece cada vez mais tarde.

De acordo com os dados do INE, se a idade média da mulher aquando do nascimento do primeiro filho era de 25,4 em 1994, em 2004 essa média é já de 27,5.

Júlio Machado Vaz explica este fenómeno com «a necessidade que os jovens sentem actualmente de garantir primeiro a sua progressão profissional antes de terem filhos».

O aumento da idade média dos noivos vem confirmar também a tendência de adiamento do primeiro casamento: entre 1994 e 2004, a idade média passou de 24,8 para 27 anos no caso das mulheres e de 26,7 para 28,6 no caso dos homens.

«As coisas não estão fáceis para os jovens se casarem.

É mais difícil atingirem a sua independência económica», explica o psiquiatra.

O vice-presidente da Sociedade da Sexologia Clínica apresenta ainda outras razões para os casamentos cada vez mais tardios: «Antigamente, o casamento era por vezes a única forma de se conseguir alguma liberdade. Hoje em dia, os jovens têm muito mais liberdade, não têm necessidade de apressar esse passo».


Além disso, «as mulheres dos dias de hoje têm mais independência e, muitas vezes, antes de casarem querem experimentar viverem sozinhas», diz o psiquiatra.


Ao longo de 2004, realizaram-se, em média, 135 casamentos por dia, sendo que os meses de Verão continuam a ser os preferidos pelos noivos: em Agosto regista-se uma média diária de 241 casamentos, em Julho de 232 e em Setembro de 227.

Do total de casamentos celebrados, a grande maioria (82,4 por cento) corresponde a primeiros casamentos, em que tanto a noiva como o noivo são solteiros, uma proporção inferior à de 2003 (83,6 por cento).

A par da diminuição do número de casamentos, regista-se um aumento de 2,3 por cento do número de divórcios, tendo-se realizado 23.348 dissoluções de casamentos em 2004, face aos 22.818 registados no ano anterior.

«Nunca se exigiu tanto de uma relação a dois como hoje em dia.

Quer-se um casamento de amor e para sermos felizes para sempre. Antigamente, o casamento era encarado como uma aliança económica e de família», explica ao PortugalDiário o psiquiatra.


Além disso, «o divórcio deixou de ser visto como catastrófico e a procura da felicidade é muito mais bem aceite», acrescenta, explicando que as mudanças socio-económicas da sociedade portuguesa são essenciais para explicar este fenómeno.

«Os casamentos desfazem-se porque as pessoas desistem com muita facilidade», defende Júlio Machado Vaz, acrescentando que «actualmente as mulheres têm a possibilidade de sobreviverem sozinhas a um divórcio, o que facilita o processo».

«Antigamente, o divórcio não era sequer visto como uma opção.

Hoje em dia, é uma solução fácil para os casais que desistem de tentar solucionar os seus problemas e partem para a procura da felicidade com outros companheiros», diz.


Por Marta Sofia Ferrreira in Portugal Diário




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